Diário de Campo Indígena - Cultura Digital e Tecnologias Ancestrais

< Ação territorial na capital acreana de Rio Branco, para envolvimento direto dos principais conceitos utilizados pelo Movimento Plantaformas, em diálogo com nossas Tecnologias Ancestrais>

Participação Social como ação da população sobre políticas públicas, principalmente comunitárias, garantia para democracia e governança participativa. Percebemos como a Plantaformas convoca opiniões e contribuições em relação a projetos participativos e decisões de governança comunitária por meio de consultas públicas, e como nosso movimento chama atenção para questões também específicas como clima e transição justa, meio ambiente, tecnologias de dados e envolvimento participativo. A participação social é uma maneira de promover uma sociedade mais inclusiva, transparente e autorresponsável, fortalecendo a legitimidade das decisões e contribuindo para um cotidiano político mais representativo e eficaz, a exemplo do PPA (Plano Plurianual) participativo. 

Software Livre relacionado à independência e soberania que oferece aos usuários, que têm a liberdade de executar e aprimorar o software dando a capacidade de estudar como o programa funciona, adaptando as suas necessidades. Colaborando para o envolvimento coletivo, resultando em alta qualidade e adaptando às especificidades dos usuários. Em suma, a liberdade, a transparência e o potencial de colaboratividade que promove contribui para um ecossistema digital mais aberto, diversificado e com potencial participativo popular grande. 

Tecnologia Ancestral conhecimentos, práticas e técnicas desenvolvidos por grupos/coletivos, transmitidos ao longo de gerações e que ainda são utilizados nos tempos atuais. Essas tecnologias estão enraizadas em tradições culturais e conhecimentos indígenas que têm sido preservados.

Exemplos de tecnologia ancestral incluem métodos de cultivo agrícola sustentável, técnicas de construção de edifícios resilientes como casas de palha, medicina tradicional baseada em plantas e conhecimentos sobre a utilização sustentável dos recursos naturais.

Com o crescente interesse pela sustentabilidade e pela conservação do meio ambiente, muitas pessoas estão redescobrindo e valorizando essas tecnologias ancestrais como fonte de sabedoria e soluções para os desafios contemporâneos.

Na abertura para diálogo, o participante Reinaldo Yawanawa abordou sobre uma tecnologia ancestral chamada na língua indígena do povo Yawanawa de Sêpá, que é o breu, chamada de seiva da floresta. Utilizada principalmente em cerimônias espirituais para purificação, cura e conexão com a natureza. Considerada um meio de comunicação com os espíritos e de limpeza energética, exalando um cheiro agradável. 

O encontro foi um momento para compartilhar e experimentar conceitos e ferramentas de uso da <plantaformas.org>. Um debate aberto e direto sobre Cultura Digital e a rede de comunicação comunitária transparente que o Movimento Plantaformas elabora e faz conectar os territórios da Amazônia Brasileira. 

Fevereiro de 2024, Amazônia Acreana. Com a presença de pessoas dos território Puyanawa, Yawanawa e Apurinã.

*Autoria: Liliane Puyanawa é confluente do Movimento Plataformas no Acre. Filha do Território Puyanawa, é colaboradora também da Secretaria Estadual dos Povos Indígenas.