A retomada do MinC, com a força dos movimentos que apontam suas flechas para o “resgate do que é nosso”, embala também uma possível e potente segunda onda da Cultura Digital. As chamadas novas tecnologias de informação e comunicação, que há 30 anos foram gestadas e paridas no Brasil inicialmente pela Comunicação e pela Ciência, Tecnologia e Inovação, quando foram apadrinhadas por Gil, no Ministério da
Cultura, receberam uma outra potência.
Naquele momento, as Big Techs ainda eram uma hydra imaginária e apostávamos que era possível enfrentar a captura que hoje assistimos, se fossemos ágeis em tecer redes distribuídas, descentralizadas e autônomas de ação, inspiradas na Internet, tendo como chão uma outra cultura de produção e reprodução da vida, em resistência, tesão e tensão:
colaborativa, generosa, transgressora, democrática, criativa, com pés firmes em suas ancestralidades territoriais e caminhos abertos para as rupturas necessárias.
Pontos e pontões de cultura foram recebidos como hardwares poderosos que somados às redes de telecentros, às casas de cultura digital, casas coletivas, aos ônibus e clubes hackers apresentariam um estilo
de vida, um software contracultural, capaz de pulverizar e absorver desejos de transformação de corpos cansados da imposição neoliberal à vida.
Hackatons, festivais de cultura digital, listas de email, ocupações de rua, redes de desenvolvimento de software livre, somavam-se às metodologias de contra-captura tão pulsantes quanto as aparelhagens, festas populares e o carnaval.
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