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Fábio Jorge: A voz que nunca se cala na Amazônia

pt Fábio apresentando evento
Foto: Augusto Gomes Ferreira Augusto Gomes Ferreira

Na última quinta-feira (30/01/2025), a comunicação popular amazônica perdeu uma de suas vozes mais combativas e inspiradoras. Fábio Jorge, integrante do programa de extensão Paneiro de Educomunicação e da Rádio Xibé, faleceu, deixando um legado imensurável para a democratização da informação e o fortalecimento das narrativas ribeirinhas. Sua trajetória foi marcada pelo compromisso inabalável com a educomunicação, a luta social e o direito à voz das comunidades tradicionais.

Uma vida dedicada à comunicação popular

Desde cedo, Fábio compreendeu que comunicar não era apenas transmitir informações, mas abrir caminhos para que histórias esquecidas pudessem ser contadas. No Paneiro de Educomunicação e na Rádio Xibé, ele se tornou um articulador incansável, conectando diferentes gerações e saberes por meio da oralidade e da mídia alternativa. Seu microfone sempre esteve disponível para aqueles que, na mídia tradicional, raramente encontravam espaço.

Para Augusto Gomes, mestrando em Ciências Humanas e colaborador da Rádio Xibé, Fábio foi mais do que um comunicador; foi um mestre na arte de transformar a comunicação em um instrumento de resistência.

"Ele nos ensinou que escutar é tão importante quanto falar. Seu compromisso era com a escuta ativa, com a troca real de saberes e com a construção de uma comunicação que nasce de dentro, sem intermediários”, destaca.

Ao lado de sua incansável atuação na comunicação comunitária, Fábio também era um profissional exemplar. Joel Matias, mestre em Ciências Humanas e integrante do Laboratório de Educomunicação Edilberto Sena, relembra a dedicação e o entusiasmo que ele levava para o trabalho.

“Trabalhar com Fábio Jorge era muito bom pela incrível competência e organização profissional. Ele era sempre dedicado ao trabalho e amava o que fazia. Fábio nos deixa um legado de sorrir sempre, fazer sempre o nosso melhor, pois sua partida nos mostra como o tempo passa rápido na vida. Não temos tempo para perder com bobagens, preconceito, conversas de corredores. Devemos sempre oferecer o nosso melhor, abraçar as pessoas e lhes dizer o quanto as amamos, pois não sabemos quando será nosso último ’eu te amo’.”

O legado que resiste

O impacto de Fábio Jorge ultrapassa os estúdios improvisados e os cabos de transmissão da Rádio Xibé. Seu trabalho reverbera em cada projeto que busca dar visibilidade às comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas da Amazônia. Seu legado se traduz em jovens que pegam um gravador para registrar as histórias de suas comunidades, em professores que adotam a educomunicação como ferramenta pedagógica e em comunicadores que continuam ecoando vozes antes silenciadas.

Mas sua luta ia além da comunicação popular. Para Suellen Freire, integrante do Programa Ampliando Vozes e do Laboratório de Educomunicação Edilberto Sena, Fábio foi uma referência de resistência em diversas frentes.

“Fábio Jorge, além de ser profundamente querido por todos, deixa um legado de luta e inspiração. Mais do que um defensor incansável por uma comunicação democrática, ele foi uma voz ativa na defesa dos direitos da comunidade LGBTQIAPN+ e militante em diversas causas sociais, incluindo o movimento estudantil. Sua coragem e determinação farão imensa falta, mas também servirão como um impulso para que sigamos firmes na construção de um mundo mais justo e igualitário.”

Uma despedida que é um chamado à continuidade

O Programa Ampliando Vozes, que nesta edição do dia 01/02/2025, presta homenagem a Fábio Jorge, reforça seu compromisso com os princípios que ele defendeu. Seu nome seguirá vivo nas ondas do rádio, nas palavras daqueles que aprenderam com ele e nas iniciativas que continuarão a florescer inspiradas em sua trajetória.

Neste momento de despedida, a melhor homenagem que podemos prestar a Fábio é seguir sua missão: fortalecer a comunicação popular, garantir que todas as vozes sejam ouvidas e, acima de tudo, manter viva a luta por uma Amazônia que conta sua própria história.

Texto: Augusto Gomes Ferreira/Rádio Xibé/Lab Educom Edilberto Sena

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